Introdução
A lesão de Stener é uma condição que ocorre após a ruptura completa do ligamento colateral ulnar (LCU) na articulação metacarpofalangeana do polegar. Essa lesão é comum em esportes de contato ou atividades que envolvem o uso intenso das mãos. O problema ocorre quando o ligamento rompido é deslocado por uma estrutura anatômica chamada aponeurose do músculo adutor do polegar, impedindo a cicatrização adequada do ligamento e resultando em instabilidade permanente do polegar, caso não seja tratada corretamente.
Sintomas
Os principais sintomas da lesão de Stener incluem dor intensa e localizada na base do polegar, especialmente ao tentar agarrar ou segurar objetos. Também pode haver inchaço e sensibilidade na área da lesão, além de hematomas visíveis. Pacientes frequentemente relatam dificuldade em realizar movimentos que envolvem a pinça (ação de segurar objetos entre o polegar e o indicador), devido à instabilidade da articulação.
Em alguns casos, um pequeno “caroço” pode ser palpado na parte interna da base do polegar, onde o ligamento rompido fica preso sob a aponeurose do músculo adutor.
Exames de imagem
O diagnóstico da lesão de Stener é clínico, baseado no histórico do paciente e no exame físico do polegar. No entanto, exames de imagem são essenciais para confirmar a extensão da lesão e avaliar o deslocamento do ligamento.
- Raio-X: É utilizado para descartar fraturas associadas ou outras lesões ósseas que possam ter ocorrido durante o trauma.
- Ultrassonografia: Pode ser utilizada para visualizar o ligamento e determinar se ele está deslocado sob a aponeurose, confirmando o diagnóstico de lesão de Stener.
- Ressonância Magnética (RM): É o exame de imagem mais eficaz para avaliar com precisão a integridade do ligamento colateral ulnar e identificar o deslocamento do ligamento, além de permitir a visualização de estruturas adjacentes envolvidas.
Causas
A lesão de Stener ocorre comumente devido a traumas que forçam o polegar, em movimento de abdução, para longe da mão, esticando excessivamente o ligamento colateral ulnar. Isso pode acontecer em atividades como esqui (onde o polegar é puxado pela alça do bastão) ou em esportes como futebol e basquete, durante quedas ou trombadas. O mecanismo de lesão geralmente envolve uma força súbita e intensa, resultando na ruptura completa do ligamento.
Tratamentos
O tratamento da lesão de Stener é eminentemente cirúrgico. Como essa lesão impede a cicatrização natural do ligamento, o tratamento conservador, como imobilização ou fisioterapia, geralmente não é eficaz.
- Cirurgia: O tratamento mais indicado para lesões de Stener é a intervenção cirúrgica, onde o ligamento é reposicionado e suturado no osso para restaurar a estabilidade do polegar. Após a cirurgia, o polegar é imobilizado por 8 a 12 semanas para permitir a cicatrização adequada.
- Reabilitação: Após ou até durante a fase de imobilização, a fisioterapia é fundamental para restaurar a mobilidade, força e função do polegar. A recuperação completa pode levar de 3 a 4 meses, dependendo da resposta do paciente ao tratamento.
Conclusão
A lesão de Stener é uma condição grave que afeta a estabilidade do polegar, essencial para a funcionalidade da mão. O diagnóstico precoce e o tratamento cirúrgico adequado são essenciais para garantir uma recuperação completa e evitar complicações a longo prazo, como a perda permanente de função do polegar.